sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Livros das férias, do pe. Anselmo Borges

" (...) Durante o primeiro milénio houve inclusivamente papas casados. Foi o papa Gregório VII, no séc. XI, que impôs ao mesmo tempo essa obrigatoriedade e o centralismo papal. Mesmo assim, foi só no concílio de Trento, no séc. XVI, que foi ratificado com carácter universal, obrigatório para todos os padres no ocidente.
Paulo VI empenhou-se a favor do celibato opcional, sem o conseguir. João Paulo II (o polaco) previu a abolição com estas palavras: Sinto que acontecerá, mas que não seja eu a vê-la.
Os escândalos sucederam-se. Diz-se que no concílio de Constança (1914-1918) compareceram 700 prostitutas. Houve papas filhos de papas. Depois da lei do celibato obrigatório, nos sécs. XV e XVI, foram vários os papas que geraram filhos, quer já papas, quer na sua condição anterior de bispos.(...)
Há hoje mais de cem mil padres casados, que formaram família e tiveram de abandonar o sacerdócio. E eu pergunto porque é que a igreja não aproveita tantos deles, que queriam e têm qualidades para o exercício do ministério."
[in DN]